sábado, 25 de janeiro de 2014

[3ª rodada] Com amor, por favor, sem flash.





Depois de muita demora eu vim aqui postar a historia que me mandaram por carta na 3ª rodada do projeto. Quem me mandou a carta foi a Yana Preisler do blog http://irmaspreisler.blogspot.com.br/ . Ela me mandou a historia, com uma cartinha, a foto e um marcador de livro. Simplesmente amei o marcador, porque eu tenho uma coleção de marcadores.
Vou colocar aqui a historia que ela me mandou e pedi desculpa pela demora.






















"Uma nova versão de A Bela Adormecida,

Em um belo dia, Aurora, juntamente com seus pais, estava voltando finalmente para casa após uma semana de férias em Chunrill, uma pequena e monótona (e também entediante) cidadezinha de interior, a qual Aurora detestava se dirigir todas as suas ferias de inverno.
Tudo corria bem, até que o caminhão que estava a frente do carro da promissora família freou repentinamente, dirigindo assim o pai de Aurora a também fazê-lo. Infelizmente,o velho caminhão depois que vinha pela estrada logo atrás não teve tanta sorte. O seu velho e repugnante condutor, que aquele momento do dia já estava em tal nível de letargia provocada pelo excesso de cafeína e o abuso de remédios para impedir que o sono o dominasse,que não se ateve ao fato de estra esmagando o carro da pequena família e com isso seus sonhos.
O destino reservou caminhos terríveis para todos. O motorista do caminhão acabou sendo julgado e condenado. Os pais de Aurora escaparam bruscamente, com alguns arranhões. E Aurora, bem, a garota foi internada em um hospital e por lá ficou, em coma.
Sua mãe nunca saía do seu lado. Sempre estava lá, a observar a filha, a observar como era bela, como seus cabelos caiam delicadamente sobre as maças do rosto. "Ele parece uma princesa", pensou a mãe,e logo depois se corrigiu: "Ela é uma princesa, minha princesa".
Meses depois, a mãe de Aurora ainda acordava no meio da noite e suplicava para que seu marido a levasse até o hospital. E ele já sabia, "Ela deve ter sonhado com Aurora novamente" e sempre dizia a ela "Você sabe que ela não vai acordar, que não vale mais a pena ter esperanças" segurando as lágrimas, e ela respondia "Você está errado, eu posso sentir, um dia ela vai acordar". Ele sempre convencido pelo olhar de convicção que sua mulher lhe lançava.
E ao lado da cama de hospital de Aurora era onde ela ficava, a observar aquela menina, relembrando como aqueles olhinhos brilhavam e aquele sorriso emoldurado por longos cabelos castanhos era adorável. E voltarão a ser".
E as horas possavam como dias, as semanas como anos e os meses pareciam séculos. E lá ela ficava, sem comer, sem dormir, sem falar com ninguém exceto sua filha. E somente após vários dias, momento em que a mãe da Aurora já estava em tão grande torpor, é que seu marido conseguia levá-la para casa. E no próximo sonho tudo se repetia. Era como se tudo e todos perecessem junto a Aurora.
Em um dia ensolarado, exatamente quatro meses após o acidente, a mãe de Aurora acordou subitamente de outro pesadelo. Olhou no relógio sobre a mesinha de cabeceira, eram nove horas. Tateou a cama a procura de seu marido e nada encontrou, a cama estava vazia. Ele devia ter ido trabalhar sem acorda-la. O que, aquela altura, já havia se tornado normal. O casamento estava em crise, os dois quase nunca se falavam. Desde o acidente com sua filha, o pai de Aurora havia se tornado frio, fechado, sem esperanças. Em decorrência da tristeza por não ter mais sua filha, sua pequena princesinha, imaginava sua mulher, Ela tinha apenas dezesseis anos. O destino fora tão cruel.
A mãe de Aurora foi a cozinha preparar seu café solitário. Sentou na bancada da cozinha e olhou o jardim. Viu em caminhão de mudanças parado a frente da casa de seu vizinho.
Desde de que seus antigos vizinhos e amigos, a familia Becker, haviam se mudado por muitas mãos, porém nenhuma família tão simpática quanto os Becker. O sr e a sra. Becker tinham um filho chamado Philipe, um menino adorável que era o melhor amigo de Aurora naqueles tempos. As duas mães acreditavam que os dois haviam nascido um para o outro, e um dia ainda casariam. Quando os dois tinham treze nos, alguns meses antes da partida da família, começaram a namorar. Não era bem um namoro, os dois passavam cada minuto do dia juntos e seus amiguinhos da escola. Aurora chegou em casa sorrindo de orelha a orelha naquele dia, mostrando para sua mãe a aliança feita com ramos de flor, A partida havia sido dolorosa. Aurora passou dias chorando e sua mãe teve que levá-la ao médico para saber o motivo de tanta febre. Mas o tempo passou e com ele a dor. Enquanto tomava café, decidiu que faria uma torta de maça e levaria como presente de boas vindas para seus novos vizinhos. E torcer para que fossem simpáticos.
Então as dez horas, a mãe de Aurora se dirigiu a casa de seus novos vizinhos. O caminhão de mudanças já havia ido embora. Havia uma mulher no jardim remexendo em uma caixa, quando a mãe de Aurora disse "Olá", a mulher de compridos cabelos loiros e vivos olhos azuis levantou o rosto com um enorme sorriso o que quase a fez derrubar a torta que segurava. Era a Sra. Becker.
- Eu não acredito, vocês voltaram! - Exclamou a mulher por um momento esquecendo toda a tristeza que a envolvia como um manto sombrio há muito tempo e abraçando a amiga.
- Sim! Londres não se compara a esse lugarzinho ensolarado aqui - continuou a Sra. Becker com os cabelos loiros refulgindo ao sol.
- Oi maê, me chamou? Ouvi gritos - perguntou um menino saindo da lateral da casa. Era extremamente parecido com a mulher no jardim, mesmo rosto, mesmo olhos azuis, como apenas uma diferença: cabelos castanhos bagunçados. Então vendo a mãe de Aurora, abriu um sorriso e disparou um turbilhão de perguntas - Olá mãe da Aurora! Como a senhora vai? Onde está Aurora? Como ela está? Ainda linda como sempre? Ela está em casa? Quero ver a cara dela quando souber que nós voltamos!
Essas perguntas trouxeram novamente a tristeza que reinava já meses e a mulher se esforçou para esconder as lágrimas. O sorriso do menino desapareceu. A sra Becker vendo a expressão no rosto da antiga amiga, apressou-se em abraça-la. - O que foi? O que aconteceu? Aurora está bem?
Após a Sra.Becker levá-la para dentro e faze-la beber um copo de água, ela contou tudo. Depois de toda história contada, a sra, Becker chorava e soluçava junto a sua amiga, porém o menino estava inconsolável. Foi para seu quarto e voltou somente meia hora depois com os olhos muito vermelhos.
- Mãe, preciso vê-la - falou o garoto - Sra. Smallter, em que hospital ela está? Eu preciso ir até lá.
- Ela está no St. Hilgs - disse a mãe de Aurora emtre soluços.
- Então eu vou até lá. Mãe, vou pegar seu carro.
- Você não pode dirigir nesse estado! Espere um pouco seu pai voltar e aí vamos todos nos - respondeu sua mae.
- Não! Eu preciso ve-la agora! - disse pegando as chaves do carro e saiu batendo a porta.
Dirigiu bruscamente até chegar ao estacionamento do hospital. Perguntou a recepcionista em qual quarto estava Aurora. Pegou o elevador e foi para o quinto andar. Parou quando chegou a porta do quarto 607 e percebeu que estava tremendo. Abriu a porta e lá estava ela. Repousava sobre uma cama de hospital ligada a vários aparelhos. As cortinas estavam fechadas e o sol entrava timidamente por entre elea.s Ela parecia um anjo, pensou Philipe, um anjo adormecido. Cobriu a distancia que os separava e pegou sua mão, estava tãio fria. E ficou ali simplesmente olhando para Aurora, pensando em como o destino foi cruel.
Não sabia se faziam minutos, dias que estava ali, mas logo apareceu a porta quatro outras pessoas. Seu pai e sua mãe, que correram e foram abraça-lo enquanto ele não largava a mão de Aurora, e os pais dela, que se manteram um tanto afastados e abraçados. E ficaram ali os cinco, esperando. Esperando que aquela pequena esperança que todos guardavam no fundo do peito se mostrasse verdadeira.
E então já era noite, e todos, fora a mãe de Aurora, insistiam p-ara que o garoto fosse para casa. Mas ele se negou eternamente, queria passar a noite ali, ao lado dela até que acordasse, ficar ali para sempre. E apos muito insistirem, e Philipe garantir que iria ate a cantina do hospital se tivesse fome, finalmente cederam e o deixaram ficar lá com Aurora.
Porem, o garoto não tinha fome. E assim foi por vários dias. As vezes a mae lhe fazia companhia, as vezes, a mae de Aurora. As duas nunca aguentavam ficar ali durante muito tempo. Apos quatro dias, os quatro, seus pais e os pais de Aurora, foram visita-los e obriga-lo a ir pra casa. Depois de muito insistirem, ele finalmente cedeu. Somente pediu alguns minutos para se despedir dela,. Soltou a mão de Aurora e pousou seus lábios sobre os dela.
- Até mais Aurora, eu volto pra te ver, pode ter certeza - Disse se virando para sair.
- Hm....Philipe...Phil...
Philipe se virou assustado. Se aproximou rapidamente da cama de Aurora.
- Aura....Aura? Você falou comigo? Aura, fala comigo, por favor. - Pediu o garoto utilizando o apelido de infância da garota e pegando sua mão - Aura? Aura? Por favor.... - As lágrimas escorrendo por sua face - Eu não imaginei isso....Aura ...Aura - Chamou pelos pais de Aurora - Sr e Sra Smallter! Pai! Mae!
Os quatros entraram correndo no quarto preocupados perguntando o que havia acontecido.
- A Aura falou comigo! Ela falou comigo! - Gritou quando todos fizeram cara de descrença - A Aura falou! Acreditem em mim!
- Não filho, isso não é possível - disse a Sra. Becker abraçando o filho, a mãe de Aurora se aproximou da filha, pegou sua outra mão e desatou a chorar - Ela está assim há quatro meses!
- Não! Voce que está errada! - Disse o garoto soluçante - A Aurora...ela...ela falou comigo!
- Filho, se acalme...
- Mãe...mãe...Philipe... - Todos se viraram subitamente para a garota que havia começado a murmurar palavras.
- Eu disse! Aura! Aura, ela está acordando! - gritou o garoto estupefato se agarrando a mão da menina como se fosse seu bote salva-vidas.
- Aurora, meu amor, saiba que eu te amo. Eu...eu não seio que dizer, minha filha... - Agora escorria uma torrente de lágrima pelo rosto da mulher, mas neste momento eram de felicidade.
Aurora teve que ficar em observação e passar por muitos exames antes de receber alta, duas semanas depois. No dia em que a garota iria finalmente poder deixar o hospital após tantos meses, Aurora e Philipe estavam no seu quarto de hospital abraçados, com um intenso sentimento de felicidade, lembrando de episódios que haviam acontecido no passado.
- Você se lembra daquele dia em que nos casamos no jardim da escola? Ainda tenho a aliança - perguntou Aurora, rindo.
- Como eu poderia esquecer? É o segundo melhor dia da minha vida - responde Philipe  também rindo.
- Ah é? E será que eu poderia saber qual é o primeiro? - perguntou Aurora fazendo biquinho e olhando no fundo daqueles olhos azuis como o céu em um dia ensolarado.
- Ah deixe-me ver - respondeu o garoto fazendo cara de quem está se esforçando para lembrar de algo - Sim, lembrei! O dia em que você acordou da cama, o melhor dia da minha vida - Disse e beijou os lábios de Aurora.
- E sabe qual é o melhor dia da minha vida? - perguntou a garota sorrindo - O dia em que eu vi pela primeira vez aquele garotinho de olhos azuis e cabelos bagunçados brincando no gira-gira do parquinho.
O garoto sorriu, se virou e pegou algo no vaso de flores que estava na mesinha de cabeceira de Aurora. Se voltou novamente para a garota, estendendo a mão com uma aliança improvisada com ramos de flor na palma e perguntou:
- Aurora Smallter, você aceita se casar com Phillipe Becker?
A garota não precisou responder, seu sorriso dizia tudo. E então, foram felizes para sempre!
                                                                            Fim"


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